A Aprofir MT foi representada no evento pelo secretário executivo, Afrânio César Migliari e pelo consultor de sensoriamento e inteligência territorial da Aprofir MT, Gabriel Mancilla
Tangará da Serra está dando um passo importante para superar os desafios atuais relacionados ao saneamento básico. Os primeiros resultados do estudo, iniciado após um Termo de Colaboração firmado com o Instituto Movimento Cidades Inteligentes (IMCI) e realizado pela Fundação Vanzolini foram apresentados à representantes do Poder Público de toda a região, empresários, órgãos de fiscalização e integrantes da sociedade civil no Seminário da Água, realizado nesta quinta-feira (28.09).
Presidente do IMCI, Luigi Longo explicou que o estudo em desenvolvimento vai apresentar soluções variadas para que o município consiga alcançar as metas de universalização do saneamento definidas pelo Marco Legal. A ideia, inclusive, é que estas soluções também atendam as necessidades dos outros municípios que integram a Bacia do Sepotuba. “Todo este trabalho tem a capacidade de trazer os demais municípios da região para que haja um desenvolvimento conjunto”.
Prefeito de Tangará da Serra, Vander Masson salientou que o norte do trabalho é assegurar que a população tenha um saneamento de qualidade e ambientalmente responsável. “E neste sentido é de suma importância que todos os integrantes da Bacia do Rio Sepotuba participem desse projeto. Estamos à disposição para o diálogo com todos os demais prefeitos e prefeitas para avançarmos”.
A solução conjunta foi defendida também pelo prefeito de Salto do Céu, Mauto Teixeira. Ele ressaltou que o município comandado por ele é pequeno, com pouco mais de 3,6 mil habitantes, e que a união com os demais é fundamental para o desenvolvimento de todos. “Municípios pequenos, como o meu, só conseguem avançar se atuarem de forma consorciada. Por isso, agradeço o convite feito pelo prefeito Vander e o parabenizo pelo estudo”.
Na avaliação do presidente do Consórcio Intermunicipal do Alto do Rio Paraguai e prefeito de Nortelândia, Zema Fernandes, o avanço no saneamento da região é urgente e a resolução destes problemas atenderá esta e as próximas gerações. “O evento mostra que o Poder Público, os órgãos de controle e a sociedade organizada estão dando um grande passo, mas é importante que façamos isso chegar à população, para que ela se sensibilize”.
Investimentos – Parte dos primeiros dados apresentados pela Fundação Vanzolini apontam para a necessidade de investimentos da ordem de R$ 387,6 milhões, sendo R$ 80 milhões para a água, R$ 256 milhões para o esgotamento sanitário e R$ 51,6 milhões para os resíduos sólidos. “Vamos entregar um balizamento, uma diretriz, para o município seguir pelos próximos 20, 30 anos, com estudos e projeções de demanda que atendam inclusive ao crescimento da cidade”, explicou um dos representantes da entidade, Fábio Sertori.
Completando 20 anos de fundação, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Tangará da Serra (Samae) comemora a realização do estudo e já se prepara para apresentar uma agenda de desenvolvimento pelas próximas duas décadas, contou o presidente da autarquia e vice-prefeito do município, Marcos Scolari.
“Nestes 20 anos tivemos erros e acertos e aprendemos com eles. Queremos virar a página e acabar com o mito de que nosso município não tem água. Sei que a iniciativa precisa partir do município, mas sozinho não conseguiremos fazer nada. Precisamos de todos, da sociedade, dos empresários, de especialistas, enfim, de todos. Juntos podemos fazer muito mais”, avaliou.
Alimentos – Um dos desafios inerentes à questão hídrica é a agricultura. Uma das alternativas para ampliar o potencial hídrico é o uso da agricultura irrigada, tendo como base o modelo adotado no estado norte-americano do Nebraska. No painel que tratou do tema, o secretário executivo da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes (Aprofir), Afrânio César Migliari ressaltou que Tangará da Serra pode ser um polo importante de irrigação que, em Mato Grosso, tem o potencial de ser ampliado em mais de 20 vezes, de forma sustentável e com responsabilidade em relação ao meio ambiente.
Justamente por isso, o ex-secretário de Agricultura de São Paulo, Adriano Quércia pontuou que o Poder Público tem o dever de fazer a gestão dá água, conciliando as questões relacionadas à zona urbana e à zona rural. “Água e saneamento têm que caminhar junto aos municípios, porque são os prefeitos que sabem das necessidades de cada localidade. Mas para que isso ocorra, é preciso que os prefeitos busquem parcerias, sejam elas públicas, sejam elas privadas, uma vez que o investimento é alto”.
Representando o presidente da MT Participações (MT PAR), Wener Santos, o diretor-executivo do órgão, Jefferson Moreno, colocou a instituição à disposição para debater projetos e iniciativas voltadas ao saneamento, uma determinação do governador Mauro Mendes (União). “O nosso presidente Wner, inclusive, é um ex-prefeito, um municipalista, e tem a visão da importância de se trabalhar junto aos consórcios intermunicipais”.
Segurança – Outro problema gerado pela falta do saneamento é a dificuldade para o desenvolvimento econômico e social do município. Diante destes desafios, as empresas responsáveis por diversos empreendimentos em Tangará da Serra foram unânimes em afirmar que, tão importante quanto a elaboração de projetos, a seriedade por parte da administração pública de como a questão é tratada é fundamental.
“E isso é muito importante. Se sentir parte do processo, dessa busca pelas soluções, traz segurança para quem empreende no município, o que é o caso que encontramos em Tangará da Serra”, destacou o representante da BrDU Urbanismo, Antenor Costa Reis.
Na mesma linha, o representante da Empreendimentos Tarumã, Fábio Mariot, projetou novos investimentos da empresa no município. “Diante da seriedade do trabalho desenvolvido, temos, no nosso planejamento estratégico, novos investimentos previstos para Tangará da Serra, seguiremos apostando nessa região”.
Com a experiência acumulada pela realização de diversos loteamentos, o empresário Samuel Belchior, da BT Urbanismo, elogiou a postura do Executivo de Tangará da Serra em buscar a parceria com o IMCI para a realização do estudo. “Já vivi boas e más experiências com parceiros e com o Poder Público. No caso da Tangará da Serra, com um trabalho muito bem realizado, por profissionais competentes e de larga experiência, tenho a certeza de que Tangará vai virar essa página e alcançar ótimos indicadores no saneamento, melhorando a vida de todos”.
Consultor de sensoriamento e inteligência territorial da Aprofir MT, Gabriel Mancilla.